sexta-feira, 13 de maio de 2011

Reflexão Episcopal




Igreja: Luz do Mundo,

Armazém de Secos e Molhados ou Lixão?

Portadora de uma Revelação, guardadora e veiculadora de um Sagrado Depósito, a Igreja, como comunidade de fé e como pessoas de fé, foi enviada ao mundo com uma missão de anunciar, por palavras e por atos, o Reino de Deus e os seus valores, e de chamar as pessoas ao arrependimento e a reconciliação com Deus, mediante Jesus Cristo. A Igreja é considerada pelo seu Senhor como “sal da terra” e “luz do mundo”. O mundo, nas trevas espirituais e na podridão moral resultado da Queda, necessita de ser iluminado e salgado com a verdade. Isso requer da Igreja conhecimento, convicção e coragem.


Muitas vezes, porém, ela não obedece a essa tarefa essencial e arriscada, e se acomoda. Fica como um “Armazém de Secos e Molhados”, empilhando sacas de sal e caixas de lâmpadas, em perfeito estado de conservação, climatizados, mas totalmente irrelevante para o propósito para que fora destinada. E haja armazéns por esse Brasil (e mundo) a fora! O sectarismo, o isolacionismo, o antiintelectualismo, o moralismo-legalismo, a acomodação, têm apequenado a grande missão que nos foi dada por um grande Deus para as grandes necessidades de uma grande criação sob o poder do pecado e a influência de satanás.


A Pior situação – e ela tem-se dado várias vezes na História – infelizmente, é quando, além de desobedecer o mandado de salgar e iluminar o mundo perdido, ou de se acomodar mantendo os “armazéns”, a Igreja dá um passo a mais na direção contrária do seu propósito, e passa a ter sua agenda pautada pelo “espírito do século”, acuada, complexada, equivocada, no lugar de influenciar, é influenciada, recebendo todo o lixo cultural e moral produzido pelo mundo caído. É a igreja “lixão”! Como “de boa intenção o inferno está cheio”, muitos dos líderes que fazem essa opção pensam estar tornando a Igreja relevante, quando ela vai no caminho da irrelevância, pois o “século” é insaciável em suas demandas, e não se contenta menos do que cedermos tudo, não o criticarmos, não desafiarmos a mudança, não apresentarmos diferenças, e tornarmos nossas as posições deles. O Universalismo salvífico, o ceticismo bíblico, o racionalismo, o relativismo, marcaram os bem intencionados e piedosos eruditos das várias fases do Liberalismo Teológico, que esvaziaram os templos europeus, transformados em museus (e visto por um ex-evangélico nacional não como fracasso, mas como sucesso da Igreja), está esvaziando as denominações tradicionais (“mainstream”) dos Estados Unidos, e começa a chegar ao Brasil, antes um bastião do evangelicalismo, por uma nova geração de líderes ávidos por aceitação e aprovação pelos “iluminados” de dentro e de fora da Igreja, a ridicularizar nós, os ingênuos e/ou ignaros.



Os desafios do Secularismo Pós-Moderno, fora, e do Liberalismo Revisionista Pós-Moderno estão aí! A Agenda GLSTB é apenas um sintoma de algo maior e mais profundo. Para alegria do mundo caído, e júbilo do príncipe das trevas, vamos ficando cada vez mais divididos no enfrentamento aos desafios da conjuntura, segundo o que o Senhor nos tem entregue.


Enfim, irmãos, “sal”? “Luz”? “Armazém”? Ou “lixão”? Parece que já temos um pouco de tudo isso. O que irá prevalecer?


Paripueira (AL), 14 de maio de 2011,

Anno Domini.





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