domingo, 31 de janeiro de 2010

O Namoro e o Noivado

O Cristão e o Namoro
De pessoas radicais já ouvimos a expressão: "o namoro não é bíblico". Não sabemos o que essas pessoas entendem por ser bíblico, e o que, afinal, vem a ser a Bíblia, e sua concepção do homem. A Bíblia não é uma enciclopédia de prescrições para cada detalhe da vida do homem. Se seu alvo é a transmissão de toda a verdade de Deus para a salvação e edificação de seu povo, ela não pretende ser um manual de todas as coisas, ao nível do humano. Se namoro não é bíblico, andar de avião, escovar os dentes e vestir paletó também não o são. Ou seja, a Bíblia nos dá princípios considerados por Deus relevantes, mas ao homem foi dado o encargo de povoar e sujeitar a terra, por nome nos animais e acidentes geográficos, inventar e descobrir coisas e marchar na História em uma pluralidade de culturas e sistemas. Primícia da criação, não lhe destinou Deus uma vida de autômato. O que está em foco é o relacionamento humano em seus diversos níveis. Desde que não vá de encontro a expressa proibição bíblica, esse comportamento será válido, em lícito fim e lícitos meios.

O namoro, conforme se entende em nossa cultura, é um relacionamento entre pessoas de sexos diferentes, em manifestação de amor, afeto e responsabilidade, visando um melhor conhecimento mútuo e ajustamento de suas personalidades, com o propósito último de união matrimonial. Bem vivido, será de grande importância na escolha do cônjuge. Considerações podem, então, ser feitas sobre seus fins e seus meios.

1. Deus Deve Ser Consultado
Não há lugar aqui para leviandades. O cristão não pode ser um "namorador" irresponsável, instável, manipulador de sentimentos, namorando como e quando lhe venha na vontade. Isso porque o namoro não pode ser um fim em si mesmo, nem uma forma abrandada de fornicação ou prostituição. O cristão, em tudo, tem que orar com autenticidade o Pai Nosso: ".. .seja feita a tua vontade...". Pela maneira como o mundo nos influencia, pode parecer uma grande idiotice perguntar a Deus se devo ou não namorar, e se aprova ou não o namoro com determinada pessoa. Mas a Bíblia é de opinião diferente: o cristão deve fazer a vontade de Deus.

2. As Motivações Devem Ser Corretas
Muita gente reclama de casamentos infelizes. Mas quais as motivações que tiveram quando namorados? A família do outro possui muito dinheiro? O casamento seria uma forma de ascensão social e econômica? O outro é muito inteligente ou muito bonito? Ela é muito sensual? Casando posso me ver livre de meus pais?

O cristão tem que admitir que o matrimônio será a consequência última do namoro. Ele deve começar a coisa com essas intenções. Durante esse período, a ausência ou presença de afinidades, a integração ou o conflito, a confirmação ou não da vontade de Deus, determinarão se o relacionamento deverá ou não ser levado até o fim. Como experiência humana, Deus usa o namoro para transmitir lições a seus servos. O namoro não é um fim em si mesmo, mas tem um valor em si, pelo enriquecimento, pelo intercâmbio mútuo das personalidades, pelo que aprendemos. Se estamos debaixo da mão de Deus e a experiência não dá certo, nada de desespero, nada de "fossa", mas agradeçamos a ele pela bênção.

Há pessoas que se precipitam. "Tem que ser ele (ou ela)! Tem que dar certo!" Forçam a barra. Diante do fracasso, desesperam. Falta de maturidade, sobriedade e espírito esportivo. Algo a observar é: se após o "amor" seguir-se o ódio ou o desprezo, esse "amor" nunca existiu.

É forçoso reconhecer a muita leviandade existente no meio evangélico, no tocante ao problema, não somente por parte dos jovens, mas de pais, parentes e pessoas da igreja, com sua criminosa e pecaminosa atitude de interferência, estimulando ou desestimulando namoros, pelo mero prazer de se imiscuir na vida alheia. Muitas pessoas frustradas se realizam nesse afã. Condenemos, igualmente, os pais que não colocam as motivações e padrões corretos na mente dos filhos. Pais que usurpam o lugar de Deus com seus preconceitos de renda, de condição social, de raça ou de estética. Um conselho sábio e bíblico pode ser dado na hora certa; mas é ao jovem, na sua liberdade, e com Deus, que cabe a iniciativa e a escolha.

O jovem, por sua vez, não deve usar o namoro como forma de afirmação diante da comunidade ou de seu grupo, nem deve ceder às pressões destes, "namorando só por namorar".

3. Os Meios Devem Ser Lícitos
Aqui nos referimos aos meios para começar e aos meios de relacionamento. Uma genuína, livre e autêntica atração deve mover os namorados para o diálogo e o compromisso. No mundo pensa-se em "conquistar" o outro, apelando para expedientes materiais. Em Cristo, confia-se em uma atração de qualidades afins. Para o cristão, nada de "apelações", máscaras (mostrar uma coisa que não é) e coisas do gênero. São as qualidades, as afinidades e a autenticidade que podem manter um relacionamento profundo e duradouro. Não se pode fingir em tudo e em todo o tempo. Um dia a verdade se revela e a "doce e meiga criatura" aparece em toda a sua agressividade e gênio irascível. A decepção é, então, muito maior.

Chega de "conquistas", de carregar troféus e de agarrar seu homem. O cristão é ou não é diferente? Se não é, e quer parecer que é, Deus não tarda em seu julgamento.

Muitos jovens ficam "presos" a outro por dependência emocional, carência afetiva ou necessidade de satisfação libidinosa. O outro, sabendo disso, manobra-os a seu bel prazer, como se fossem escravos. O restinho de ética desaparece, e toda a maldade aflora. Aos que assim procedem, a condenação de Deus a seu erro, até que se arrependam e mudem de atitude. Aos que estão escravizados a tais situações, o desafio para uma fé libertadora. O rompimento da situação resulta em recompensa.

O namoro pode ser uma experiência humana agradável, que traz satisfação se o amor de Deus está no centro; e o amor que Deus dá se manifesta entre eles em altruísmo e na busca do bem do outro. Se buscamos apenas o bem próprio, a satisfação de nossas necessidades, não amamos, a não ser a nós próprios

4. O Sexo Tem Seu Lugar
O sexo joga um importante papel no namoro, porque é pelo namoro que queremos chegar ao casamento, onde uma realização plena se dará nesse setor. O namoro é feito entre um rapaz e uma moça, entre pessoas de sexos diferentes. O sexo é responsável pelas características diferenciadoras. José é José e Maria é Maria e não José, porque um é rapaz e a outra é moça; um é homem e outro é mulher. É por isso que se atraem, se necessitam e se complementam. É nessa dimensão ampla da sexualidade que, sadia e cristãmente, não se separa o sexo do amor, do afeto, do sentimento, enfim.

Assim, também, não se pode esquecer que namoro é namoro e casamento é casamento, que as características são diversas e distinto o proceder, que cada coisa tem seu tempo. Do início do namoro até a realização do casamento a integração sexual vai se fazendo paulatinamente, à medida que crescem os sentimentos e a responsabilidade é forma de amar. Precauções devem ser tomadas – sem extremismos – para que o mero instinto não seja dominante, mas seja integrado ao todo que nos faz dignos de sermos chamados de seres humanos. O carinho é lícito como expressão de sentimento, mas sem chegar ao ponto de se identificar com os estímulos preparatórios à conjunção carnal.

5. Namoro e Companheirismo
A sociedade brasileira não tem dado condições para o surgimento e desenvolvimento de tipos de amizade sadia entre pessoas de sexos diferentes. Polarizam-se os sexos, como se ao menor contato desse choque se provocasse um curto-circuito. Nas pequenas comunidades a coisa é pior, não se aceita o relacionamento entre rapazes e moças se não estiverem namorando. Não entra na cabeça de ninguém a hipótese contrária. "Eles têm que estar namorando!", é a sentença. E com isso perde-se muito. O contato entre pessoas de sexos distintos nunca fica em uma normalidade descontraída, despreocupada, espontânea, descomprometida. Não se pode aprender a aprender com outro. Não se pode ter uma visão mais ampla para, em seu tempo, se ter uma escolha mais refletida.

A vida nas grandes cidades, a educação integrada, primeiro nas Universidades e depois nas escolas secundárias, parece estar mudando, progressiva e lentamente, os padrões de relacionamento. Mas não da maneira desejável. As "amizades" sempre aparecem com segundas intenções de, pelo menos, uma das partes. Ou se avança, ou se recua em guarda, evitando qualquer expressão de afeto fraternal ou, senão, a "amizade" se desfaz porque não tinha uma finalidade em si.

O namoro, por sua vez, tem uma forma possessiva, exclusivista e ciumenta: "esse é o meu namorado", "essa é a minha garota", "ninguém encoste", "ninguém puxe conversa", "saiam de junto"... Ter um namorado equivale, na maioria das vezes, a um rompimento com velhas ou novas amizades, até com pessoas do mesmo sexo. Qualquer amizade é vista como um ato de traição a essa exclusividade, a esse sentido de propriedade.

Essa característica de nossa cultura somente perpetua imaturidade, e pode ser por demais danosa para o desenvolvimento de um autêntico espírito de comunhão cristã, a nível de comunidade.

6. Os Pais E O Namoro
Os pais devem pensar duas vezes antes de qualquer interferência no namoro dos filhos. A instigação, proibição ou sugestão devem, sempre que possível, ser evitadas. O papel dos pais é a preparação, o ensino e a orientação dos filhos, em um processo educativo de fixação de valores e capacidade de discernimento. O problema da proibição é muito sério. Por que essa atitude? Se o candidato a seu filho for um ímpio, um infiel, de más qualidades morais e espirituais, está bem. Mas se as razões forem outras, bem mesquinhas e egoístas? Se o candidato tem bons princípios, o dever é atraí-lo para o seio da família, integrando-o e assim podendo conhecê-lo melhor.

Antes de tomar uma atitude, devem pensar:
a)   Essa seria a vontade de Deus?
b)  Como agiria se estivesse no lugar dele (dela)?

É bom lembrar que seu filho (ou filha) não é mais uma criança, não ficará com vocês a vida toda, mas terá que construir sua própria vida; que, se fracassar, a culpa em parte deve ser de vocês, que falharam na educação adequada; e que ele (ou ela) não é de plástico, mas tem as mesmas reações que vocês tinham, e que, por isso mesmo, existe hoje.

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Em um tempo de urbanização, socialização e "aldeia global", temos de desenvolver uma pluralidade de relações humanas. Solitários na multidão, precisamos de amigos e de um lar. Em conflito com nossa família, desejamos construir – um dia – a nossa própria. Carentes de afeto e atenção, buscamos um companheiro. O namoro – no Senhor – pode ser esse tipo de relação humana, amizade, companheirismo, solidariedade, cura de solidão. Se saímos aprovados, partimos para a formação de um novo lar. Em caso contrário, valeu a experiência, as lições, os bons momentos.

O Noivado e o Cristão
Em nossos dias, muitas vezes, leva-se muito seriamente os namoros e pouco seriamente os noivados. Há pessoas que já foram noivas por várias vezes. Precipitam-se os noivados para agradar as famílias, para se ter liberdade de sair sem acompanhantes etc., e por motivos quaisquer se desfazem.

O noivado é encontrado na Bíblia como algo muito sério, como parte do próprio casamento. Era como se o casamento tivesse dois momentos: o noivado e as bodas. A noiva e o noivo eram chamados de "mulher" e "marido", havia um pacto envolvendo as partes e as famílias, trocavam-se presentes, comunicava-se à sociedade. As bodas significavam apenas a entrega final pela família, o sair da casa paterna, a posse física1. Violentar sexualmente uma mulher esposada (noiva) era algo quase tão grave quanto um adultério.

"...Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem achou-se ter concebido do Espírito Santo. Então José, seu marido, como era justo, e a não querendo infamar, intentou deixá-la secretamente”2. Muitos de nós estamos familiarizados com esse texto, referente ao nascimento de Jesus, mas não para o significado do noivado aí expresso. Maria é "esposada", José é chamado de "seu marido". Muitos não compreendem o porquê da ausência de relações sexuais entre Maria e José por desconhecimento das características do noivado.

A lição para os nossos dias é uma volta ao sentido pactual do noivado. Os jovens devem noivar quando estejam decididos ao matrimônio, se possível com data prevista, dedicando esse tempo à ultimação dos detalhes, à compra dos móveis e utensílios e a uma real preparação para o enlace. Pensadores há que dão mais importância ao noivado – teologicamente do que às bodas. O pacto matrimonial estaria no noivado, nas bodas apenas se daria a posse. Em termos de Direito de Propriedade, estaria delineada a diferença entre propriedade e posse, a partir, por exemplo, da lavratura de uma escritura de promessa de compra e venda.

Em muitos povos o noivado era regulamentado por lei, com solene documento escrito, com cláusulas de rescisão etc. Foi isso que aconteceu na legislação civil brasileira do século passado.

Agora, em termos práticos, se por um lado deve-se ter mais segurança dos sentimentos e interesses para se noivar, não se deve deixar de desmanchá-Io por questão de pressão social, tradição, "para não fazer feio" ou "por ter estabilidade na casa", "já roubei muitos anos da vida dela"... É melhor desmanchar o vínculo do que casar com uma prévia possibilidade maior de insucesso. É melhor uma crise passageira do que uma crise permanente.

E a sexualidade no noivado? É lícito um "adiantamento"?

Na verdade, a expressão afetiva do noivado supõe-se ser mais calorosa do que no namoro. Caminha-se progressivamente para a união completa, ajustam-se as personalidades. Não para a conjunção carnal, mas para um lugar lícito da expressão afetiva específica, o noivado é amparado teologicamente, em virtude da seriedade do pacto. Se há grandes tensões sexuais, em razão principalmente de noivados prolongados, devem-se ver as razões desse prolongamento. Geralmente é a necessidade de se fazer frente às exigências familiares e sociais de compra de quinquilharias, móveis "decentes" e um sem número de aparelhos eletrodomésticos, além dos gastos com uma cerimônia dentro do esquema tradicional. A classe média é a que sofre mais. A classe alta tem dinheiro ou ganha tudo de presente. A classe baixa não tem tantas aspirações. A classe média tem de ter a aparência de rico com o dinheiro de pobre. Essas motivações devem cair por terra. Os noivos devem ver a coisa biblicamente e partir para uma simplificação. Não é justo manter a tensão sexual ou se partir para uma solução arriscada por causa dos homens. Simplifiquem e casem mais cedo.

A "antecipação" seria, estrito senso, a consumação matrimonial. A licitude está na pós-bodas. Além do mais, entram em jogo certos riscos e problemas de natureza psicológica, social, jurídica e moral.

Enfrentando As Crises
1. “... Quando finalmente encontra um namorado crente, ela espera que aquele seja o caso definitivo, resposta de suas orações etc. Daí ela se apega muito fortemente, envolve-se facilmente. Se der certo, está tudo legal, mas se o namoro acaba, ela entra em crise espiritual e emocional muito severa. Tende a se questionar por que Deus permitiu, se ela vinha orando, esperando etc. Ela sofre por não ser correspondida etc." (De uma carta).

Há muita confusão na mente de jovens entre a orientação bíblica e a orientação romântica ensinada nos veículos de comunicação social. A imaturidade emocional e a imaturidade espiritual andam sempre juntas. Há um conceito de um Deus "a meu serviço" e não uma entrega de serviço de mim para Deus. Muitas moças crentes apelam para Deus de modo semelhante ao de suas colegas católico-romanas para Santo Antônio. Deseja-se uma vida sem crises, um cristianismo de "estou feliz, mui feliz, sempre". A criança quer tudo, tudo agora, e tudo como ela deseja. As crianças espirituais também. O imaturo não consegue esperar, é um impaciente, teme a crise, entra em pânico ou em "fossa" com facilidade, não louva em libertação, não se entrega sem reservas, não possui domínio sobre as emoções, não consegue se libertar do passado. Somos ensinados que "todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus". Imagine só, todas as coisas. Para quê? Por que nos predestinou para sermos "conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”3, para que a imagem do Senhor seja forjada em nós. As pessoas que entram em pânico porque perderam um casamento são aquelas que se perderiam no casamento. A maturidade deve ser um alvo para os cristãos. Cristo é o modelo dessa maturidade. Somente ele pode ser adorado. Na crise, o "outro" era nosso ídolo.

2. "Conversando com pessoas recém-casadas, cheguei a algumas conclusões: alguns moços (rapazes e, mais especificamente, moças) casam sem uma visão real das implicações e responsabilidades do casamento. Existe uma imagem muito romântica em torno do casamento, e também um fator que interfere é a necessidade de complementação sexual. Passada a "lua-de-mel”, caem os dois na realidade nua e crua, e as responsabilidades, assim como as expectativas frustradas, se tornam um fardo para o casal. Creio que o que ocorre, além de imaturidade emocional da moça (não conseguiu se desligar da proteção e cuidado dos pais, por exemplo), é um fator espiritual e emocional: falta a ela, e também, às vezes, ao homem, a capacidade de pensar mais no outro do que em si mesmo. Quero dizer que eles partiram para o casamento em busca de algo sensacional. algo que os levasse a um "céu"; então, estão cada qual procurando realização pessoal, buscando mais o seu próprio prazer do que o do parceiro ou ainda esquecendo de encarar o aspecto espiritual: ter objetivos de servir ao Senhor e não viver em torno de si mesmos, dos seus próprios interesses”. (De uma carta).

Os termos dessa carta falam por si só, dispensam comentários. Transcrevemo-los como advertência aos leitores. Como este trabalho não se propõe a estudar os problemas conjugais, recomendamos um excelente livro para os interessados: Edificando um Lar Cristão4.

3. “O que é que você acha de namorados que brigam muito?”

O namoro implica afinidades, atitudes, gostos, preferências e valores que devem ser compartilhados. Quanto menos se tem em comum, maior a possibilidade de conflitos. Por sua vez, o ajustamento de personalidades, mesmo de gostos semelhantes, gera tensão. Todos nós temos um passado que pesa em nossas atitudes do presente. A briga não é um mal em si. Ficamos desconfiados de um casal que não briga. Por baixo da aparente paz podem estar as frustrações, as queixas, ou um vulcão que um dia entrará em erupção. É bom passarem tudo a pratos limpos, serem sinceros, autênticos, transparentes. Se não dá, não dá. Brigar é uma arte a ser cultivada, sabendo como fazer e como superar, com discernimento espiritual, não procurando impor nossos pontos de vista, mas saber qual é o ponto de vista de Deus.

4. "Meu pai é um machão, não sei como agir de modo diferente com minha namorada. Tenho medo de parecer mole, e ela querer montar”.

Esse é um problema em nossa cultura. A coisa está colocada em extremos, mas é assim, infelizmente, que elas estão: ou se é "machão", podendo levar a moça a sofrer, ou se quer agir de modo diferente e ela reage, querendo tomar as rédeas, ou cair na tentação de querer abusar da bondade do jovem cristão. O relacionamento cristão deve ser feito em cooperação e amor, nunca em dominação ou luta pelo poder. Deve, contudo, ficar claro que o homem é o cabeça. Conversem sobre o assunto, estudem as passagens bíblicas concernentes e estejam vigilantes às ciladas do maligno e do ambiente5.

5. "O problema é o passado dela (dele)!"

Encontramos essas preocupações com os que namoram pessoas que tiveram uma vida de imoralidade no passado, com rapazes ex-boêmios, com moças que têm um filho ou apenas perderam a virgindade, e até com viúvos. Até certo ponto a preocupação é lícita, pois temos que ver se houve ou não uma genuína conversão, uma mudança de vida; mas, a partir daí, temos que seguir a atitude do Senhor: perdão e esquecimento, "as coisas velhas já passaram, e eis que tudo se fez novo"6. É assim se estamos em Cristo, para com Deus e para com o próximo. Não deixe que o passado estrague a felicidade do presente e do futuro.

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Há muito mais facetas e problemas. Cada namoro, ou noivado, é uma experiência peculiar, embora possuindo elementos comuns a outros. Não é preciso um "manual" orientador para cada caso: a Palavra e o Espírito são suficientes para os que estão nas mãos de Deus.

Podem dar-se as mãos e – parafraseando o hino "segurar nas mãos do Senhor", pois delas vêm o sustento.

Caminhemos!

 


(Uma Bênção Chamada Sexo, GW Editora, Rio de Janeiro, 2005, 10ª. Edição, pp.161-175).


1 Gênesis 29.21; Deuteronômio 23.24; Joel 1.8 2.
2  Mateus 1.18-19
3 Romanos 8.28-29.
4 BRANDT. H. e DOWOY. H. Edificando Um Lar Cristão. São Paulo. Editora Mundo Cristão, 1972.
5 Gênesis 2.18. Gênesis 3.16b. I Coríntios 11.3. Efésios 5.22-24 6.
6 II Coríntios 5.17.

                                               creuza sampaio.

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